Sugestão de filme- ajuda

O filme retrata um grande complexo onde vive uma sociedade hermética, asséptica e estéril que, está de quarentena, devido á infecção da humanidade por um vírus indestrutível. Supostamente, o complexo, representa o penúltimo reduto da existência da espécie humana, sendo que o último reduto é, precisamente a "ilha" esse lugar distante e desconhecido dos habitantes do complexo, onde vivem os sobreviventes e os, definitiva e comprovadamente, imunes aos ataques do vírus. Os administradores do complexo, também eles sobreviventes e imunes ao vírus, promovem uma lotaria que, periodicamente, selecciona um dos habitantes oferecendo-lhes um passaporte para a ilha, ou seja, a saída da quarentena e entrada na vida e mundo reais. Acontece que nada disso é verdade e o complexo é apenas uma enorme incubadora ou fábrica de clones de senhores endinheirados que patrocinam a geração de um clone para transplantes quando dele precisarem devido a doença ou acidente. Os seus habitantes não são mais do que clones desde sempre manipulados para crerem numa realidade que não existe. A saída com o bilhete da lotaria representa apenas que foram convocados para acudirem ao seu proprietários, ou seja, serão mortos e os seus orgãos transplantados para o seu dono. A uma dada altura, um desses clones apercebe-se da existência de um mundo real, mesmo ao lado do complexo, e de que a suposta infecção é pura mentira, ao mesmo tempo que se interroga acerca das ideias e pensamentos que tem acerca de realidades que nunca viu nem experimentou. Na tentativa de salvar uma colega da "lotaria" os dois evadem-se do complexo, chegando ao contacto com aos seus proprietários, exactamente iguais a eles. O filme levanta questões importantes acerca da clonagem, das manipulações genética e mental ou psicológica, do progresso científico e dos limites da ciência ao serviço da humanidade, com todas as implicações éticas e morais daí decorrentes. Além disso, permite a discussão e debate sobre a dignidade humana, a individualidade da pessoa, do ser humano, mas também, não menos importante, permite debater acerca da manipulação da ciência e do seu "engagement", ou seja, sobre uma ciência ao serviço de um grupo restrito, nomeadamente aquele com maior poderio económico, e desse modo transformada num instrumento de manipulação e escravização da maior parte da humanidade. Os clones, neste caso, além de não serem considerados pessoas, podem representar todos aqueles que, não sendo clones, mas sim pessoas naturais, se vêm, no nosso mundo e nossa sociedade actuais, privados da sua liberdade e dignidade, apenas porque não possuem dinheiro ou influência e posição para intervirem na definição do seu próprio destino, e assim poderem construir uma vida, um projecto e igualmente, legar uma herança ás seguintes gerações.